AS CONSEQUÊNCIAS PARA AS VÍTIMAS DE BULLYING: PROBLEMAS COMPORTAMENTAIS

AS CONSEQUÊNCIAS PARA AS VÍTIMAS DE BULLYING: PROBLEMAS COMPORTAMENTAIS

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Considerada um fenômeno que vem atingindo todos os grupos sociais, a violência é vista como um problema de saúde pública importante; e que a cada dia cresce no mundo, acarretando sérias consequências individuais e sociais.

Caracteriza-se em atos com a intenção de prejudicar, desdenhar e dominar; permeado por condição de poder, seja ele intelectual, físico, econômico, político ou social. Atinge de forma mais agressiva os indivíduos menos protegidos da sociedade; como as crianças, adolescentes e mulheres, contudo não poupa os demais. A violência pode ocorrer em diferentes contextos; no lar (violência doméstica); nas ruas (violência urbana); e nas escolas (violência escolar).

Ao abordamos a violência contra crianças e adolescentes, e a unirmos aos ambientes onde ela ocorre; as instituições de ensino surgem como um espaço não muito explorado, principalmente com relação ao comportamento agressivo que existe entre os próprios alunos. Porém, ultimamente, a violência nas escolas tornou-se um grave e complexo problema social, e provavelmente o tipo mais frequente e visível de violência juvenil.

O termo violência escolar diz respeito a todos os comportamentos agressivos e antissociais, incluindo os conflitos interpessoais, danificação do patrimônio e atos criminosos. Essa preocupação resulta da interação entre o desenvolvimento individual e os contextos sociais, como a família, a escola e a comunidade.

Nos dias atuais, estamos vivendo sobre alerta perante violência que ocorre entre alunos, aumentando a preocupação e o interesse dos indivíduos envolvidos; a fim de solucionar o problema social; cujo fato não pode ser considerado como algo novo; e sim em maior evidência.

Infelizmente, o modelo do mundo exterior é reproduzido nas escolas, fazendo com que essas instituições deixem de serem ambientes seguros, onde reina a disciplina, amizade e cooperação; transformando-se em espaços onde há violência, sofrimento e medo.

Tais atitudes desrespeitosas causam grandes consequências e efeitos negativos no comportamento; prejudicando o desenvolvimento e a saúde psicológica das pessoas envolvidas e de todo público que está presente nesses atos.

A violência pode ser classificada de várias formas, todas com suas tendências avassaladoras; cuja de maior destaque no meio estudantil é denominada fenômeno “bullying”.

O “bullying” é uma palavra de origem inglesa, sem tradução no idioma português, adotada em diversos países para definir o conceito de maltratar outra pessoa e colocá-la sob domínio pelo simples prazer de humilhá-la; acarretando em comportamentos agressivos e questões sociais de maneira negativa; interligando ao problema de violência escolar.

O fenômeno em questão assumiu repercussões internacionais; dificultando pesquisadores a identificar o termo em seus idiomas, que definisse o conceito da palavra “bullying”. Atualmente, em nosso país, adota-se o termo usado de maneira geral: “bullying”. Em sua tradução “Bully” se dá a “valentão”, “tirano”; tendo a forma verbal “brutalizar”, “tiranizar” e “amedrontar”. Portanto, a definição de “bullying” pode ser compreendida como a aglomeração de comportamentos agressivos, repetitivos e de inferiorização.

Os autores se valem então da incapacidade para ganhar vantagens em algo como gratificação; se apossar de bens materiais; extorquirem dinheiro; ou simplesmente para conseguir posições tiranas em grupos a que pertencem e popularizar-se perante membros de seu grupo.

Fontes pesquisadoras consideram necessário haver a incidência de no mínimo três ataques contra a mesma vítima durante o ano; para assim definir o tal comportamento como “bullying”.

A inferioridade de poder se dá pelo motivo de que a vítima não consegue se defender com facilidade, devido à menor estrutura ou força física; por estar em desvantagem, por não ter habilidade de defesa, falta de alternativa, e pouco domínio psicológico perante os ataques de autor ou autores.

Universalmente, pode-se definir “bullying” como um conjunto de atitudes brutais, intencionais e repetitivas, sem motivos; exercidos por um ou mais alunos contra outro, gerando sofrimento, dor e angústia. São práticas cruéis de gozações, insultos, intimidações, apelidos, que fazem magoar. Injustiças de grupos que infernizam a vida de pessoas frágeis, levando a exclusão, danos morais e físicos.

Deve-se informar que a definição de tal fenômeno não é o mesmo que intimidar, pois uma briga entre alunos nem sempre pode ser considerada “bullying”. O conceito permite identificar a agressão que tem sido desconsiderada pelas instituições brasileiras, quando não é desconhecido.

 

 

O bullying é considerado um mal-estar que se apresenta na perspectiva oculta, no desconhecimento e na indiferença, tendo sua força na ausência de valorização pessoal, fruto do desenvolvimento social, emocional e intelectual inadequado daqueles que sofrem e padecem como vítimas desse fenômeno novo e velho ao mesmo tempo.

 

O fenômeno pode ser considerado como algo novo, pois nas últimas décadas, está sendo investigado e estudado; chamando a atenção da sociedade para com as desgraças ocorridas pela prática do ato, evidenciando as diferenças entre iguais; acarretando o processo em que os agressores considerados “valentões” confabulam suas perversidades ocultas dentro das instituições escolares.

Porém, considera-se o “bullying” como algo antigo; pois se trata de uma violência que sempre esteve presente nas escolas, onde há opressão e ameaças às vítimas por causas fúteis; que até hoje ocorre sem ser percebida pelos profissionais da área de educação.

Nota-se um comportamento cruel e banal nas relações sociais, em que os indivíduos mais fortes dominam os mais frágeis; por total egoísmo, prazer e diversão; através de “brincadeiras” de mau gosto, que fazem sofrer.

 Importante destacar, que a vítima não consegue fazer com que outras pessoas as defendam. Contudo, é um conceito esclarecedor e definido; não deixando confundi-lo com outros tipos de violência.

É justificado por poder apresentar características próprias, talvez sendo a mais grave; causando traumas que necessitam de acompanhamento clínico para com as vítimas.

Sendo assim, o “bullying” pode ser reconhecido em vários contextos ambientais; como instituições de ensino, penitenciárias, em residências, em relações familiares, no trabalho entre outros, onde houver relações interpessoais entre pares.

 

Características do “Bullying

O fenômeno pode ser caracterizado a partir dos apontamentos existentes sobre a frequência de traços distintos entre os grupos dos autores e vítimas, quando comparado aos demais estudantes não envolvidos diretamente com os acontecimentos.

Os indivíduos que praticam tal agressão são considerados os mais agressivos, os mais fortes; e possuem menos sentimentos. Costumam praticar delitos e violências em determinados locais.

As típicas vítimas são aquelas que são pouco sociáveis, que sofrem as consequências do problema; e que não possuem habilidades de reação; ou de finalizar tais condutas. Pessoas que possuem poucos amigos, e que tem dificuldades de se relacionar; sentindo-se “diferente”, e sendo excluída do meio.

Na maioria dos casos, o sofrimento da vítima causa a tão preocupante evasão escolar; por medo de serem atacados a cada dia.

Possuem um desempenho acadêmico insatisfatório, pior do que as que praticam; sendo que essas vítimas são comparadas com aqueles que apresentam melhor desempenho.

Os agressores geralmente fazem parte de famílias desestruturadas, onde não há nenhum tipo de relacionamento amoroso. Para solucionar o problema de mau comportamento, seus pais usam a violência e agressão como algo educador; pensando ser o correto.

Sentem a necessidade de dominar e julgar os outros, se impor com base no poder, e efetuar ameaças até conseguir o que se propõe. Não se adapta as regras, não tolera contradições; não tolera atrasos; e muitas vezes se beneficia de armações para se dar bem em avaliações.

Adota condutas irregulares, como roubo, vandalismo, e o uso de álcool ou drogas ilícitas; além de serem atraídos por más companhias. Nas séries iniciais, possuem rendimento satisfatório, porém nas demais modalidades de ensino obtêm médias baixas; negativas a porcentagem da escola.

Por outro lado, existem as vítimas/ agressoras; que são aquelas que já passaram por tal sofrimento, e buscam outro indivíduo mais frágil ainda para transferir os maus-tratos sofridos. Tal tendência faz com que o “bullying” se expanda, aumentando o número de vítimas.

 

Consequências do “Bullying”

 

As consequências da prática do “bullying” afetam todos os envolvidos no problema em questão, em todos os tipos de níveis; sendo principalmente a vítima, que pode continuar a sofrer de forma negativa até mesmo fora do período escolar. Pode acarretar baixo rendimento nas relações de trabalho, na formação de sua própria família e criação de seus filhos, além de interferir em sua saúde mental e física.

Tais traumas poderão ou não, serem superados; dependendo das características pessoais de cada vítima; assim entendido como a sua maneira de se relacionar consigo mesma, com o meio ao que está inserida, e com a sua própria família.

Com isso, afetará o comportamento e a construção dos pensamentos e de sua inteligência; gerando qualquer tipo de pensamento negativo, como vingança; baixa autoestima, dificuldades em aprender, rendimento escolar insuficiente, transtornos mentais que podem transformar a vítima em pessoas psicopatas, em adultos que possuem dificuldades de relacionamentos, entre outros problemas graves.

Também poderá desenvolver comportamentos depressivos ou agressivos, e ainda praticar ou sofrer “bullying” em fases posteriores da vida. Na infância, ser alvo de tal comportamento pode causar na vítima uma condição psiquiátrica caracterizada por incidentes transitórios de psicose ou paranoia; como mania de perseguição.

Enquanto a vítima sofre de formas variadas, o agressor experimenta a sensação de fortalecimento sobre suas condutas de caráter autoritário; sem poder imaginar que os resultados previstos são desagradáveis para si; como por exemplo, o caminho que pode levá-lo ao mundo do crime, sendo visto pela sociedade como marginal.

O agressor seja ele de ambos os sexos, envolvidos no fenômeno, estão relacionados como grupos de delinquentes; fazendo parte da criminalidade do mundo.

           

2.3 O fenômeno “Bullying” em salas de aulas

 

Devida às explicações do professor Dan Olweus, pôde ser concluído que o fenômeno “bullying” tem como cenário principal as salas de aula.  Em todas as classes de alunos, podemos encontrar diversos tipos de divergências e preocupações.

Há várias interações similares a agressão, podendo ser vista como diversão, ou como forma de afirmação de poder; cujo único objetivo é comprovar relações de força predominante entre os educandos.

Sendo evidente a todos que na classe existe um agressor, ou vários deles, o comportamento hostil dos mesmos influenciará nas ocupações dos alunos, promovendo vínculos desagradáveis e brutais.

A conduta nervosa do agressor, e a sua grande necessidade de causar danos; domar, e fazer prevalecer à força de maneira imprópria ao próximo; geram transtornos e decepções, que acabam provocando resistências excessivas. Tais resistências, às vezes, obtém resultados de caráter agressivo, pois o autor utiliza meios violentos nas situações conflituosas.

Os ataques dos agressores quando praticados tornam-se desagradáveis e sofridos, em virtude de sua força física. O alvo principal de tal violência, geralmente trata-se de indivíduos mais frágeis, pois seu poder de domínio perante a pessoa é muito maior; não tendo receio de arrumar confusão com outros alunos; sentindo-se otimistas e fortes.

      

Se há na classe um aluno que apresenta características psicológicas como ansiedade, insegurança, passividade, timidez, dificuldade de impor-se e de ser agressivo e com frequência se mostra fisicamente indefeso, do tipo bode expiatório... Ele logo será descoberto pelo agressor. (FANTE, 2005, pág: 48)

 

O agressor tem a facilidade de induzir outras pessoas a unir-se a ele, formando grupos violentos. Geralmente conseguem fazer com que os integrantes encontrem suas vítimas e pratiquem tais manifestos.  

Constata-se que o aluno agressor sente o mesmo prazer quando ataca ou assistem outras pessoas atacando; e quando seus atos geram consequências, o praticante cria estratégias para se sair bem das situações.

Em grande parte, os professores ou outros funcionários da instituição de ensino não observam a aglomeração de estudantes; ou não estão presentes no local quando acontecem agressões às vítimas; e por isso os próprios educandos devem reagir por si próprio, em prol de resolver seus atritos.

É habitual a vítima não contar para seus professores e familiares, o que acontece dentro da escola. Devido o vitimado sofrer constantes agressões pelos valentões. O mesmo estranha quando é pouco agredido; pois acredita ser um indivíduo desvalorizado e merecedor da violência. Resultando no isolamento de seu grupo social, pois sua reputação está abalada perante a visão dos companheiros de classe.

Ressalta-se que na adolescência, os jovens possuem um grande sentimento de medo, que consiste em ter sua reputação denegrida pelo próximo; e com isso, em casos de “bullying”, esse ser torna-se um expectador, e evitam serem vistos em companhia da vítima; para não ser o próximo alvo.

Portanto, há grandes apontamentos que os casos de “bullying” acontecem nas dependências da escola, sendo de diversas maneiras, seja a violência física ou verbal; direta ou indiretamente ao próximo.

 

Sabe-se que aqueles que sofrem e praticam “bullying” carregam complicações físicas e mentais, e a vítima possui um desempenho acadêmico inferior aos demais, mostrando pouco interesse em ir à escola.

Ao serem identificados como personagens principais na violência, os agressores devem ser punidos, para que possam servir de exemplo para outros maus intencionados; porque as vítimas em seu isolamento podem chegar a cometer fatalidades, que causa um sofrimento maior para sua própria família.

Nas instituições de ensino, relacionar-se tem objetivo de socializar professores e aluno, com foco na construção de vínculos capazes de auxiliar na aprendizagem, tornando-se um dos aspectos fundamentais a serem considerados importantes.

As leis criadas para erradicar o transtorno não devem ficar só no papel, e sim colocadas em práticas. Os professores devem ser treinados para compreender como se manifestam e quais as consequências do “bullying”. Com isso, poderão transformar em ativa a que se encontra passivo, um problema tão grave.

Queli Cristiane dos Santos Souza
Profª. de Inglês e Informática
Especialista em Gestão Escolar - FAVENI
 

Fabiano Battemarco da Silva Martins
Mestre em Engenharia Agrícola e Ambiental – UFRRJ

 Luiz Claudio Rego Campos
Especialista em Docência Superior – FAVENI

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